quinta-feira, 25 de junho de 2009
com o nome nas costas
Naquele dia decidiram mostrar ao mundo que não têm medo. Vestiram o corpo e a alma com as roupas da causa e, sentindo-se bem com eles mesmos, decidiram partilhar com todos as suas ideologias levantando bem alto as suas vozes contra o regime de Ahmadinejad.
Aproveitando o mediatismo que rodeia os jogos de apuramento para o Mundial de Futebol de 2010 quatro jogadores da selecção do Irão colocaram pulseiras verdes nos braços durante o jogo contra a Coréia do Sul.
Sabe-se agora que esses mesmos jogadores foram irradiados da sua selecção e que os seus passaportes foram apreendidos mal puseram os pés em Teerão. Dois deles jogam no estrangeiro e não poderão sair do país por vias normais.
Quando se vê em Portugal as causas que levam as pessoas à rua é impossível e inevitável não deixarmos de as considerar fúteis comparadas com estes gestos de verdadeira coragem.
A propósito desta manifestação de revolta e coragem deixo um texto do jornalista Ferreira Fernandes no jornal Diário de Notícias.
"Há diferença entre um homem e a multidão. Um tem cara; a outra é maria-vai-com-as-outras. A opinião do primeiro vale porque o compromete; o comportamento da outra é anónimo e, por isso, quase irrelevante. Da útima vez que Marcelo Caetano se apresentou em público (num Sporting-Benfica, Estádio de Alvalade, a 31 de Março de 1974) recebeu uma ovação da multidão de pé. Assim, como adivinhar o 25 de Abril? Já o gesto de seis futebolistas da selecção iraniana, ontem, na Coreia do Sul, merece atenção para se saber o futuro próximo do Irão. Muitos dos anónimos que aplaudiram Marcelo estiveram, logo três semanas depois, com a liberdade na boca. Poderiam, até, estar a ser sinceros em ambas as situações, só que a sinceridade quando é gratuita, significa pouco. Já o ocorrido com os seis homens (cada um com o seu nome escrito nas costas), comprometendo-se, é gesto de outra loiça. Caso a sua opção falhe, eles (cada um deles) terão a vida em risco. Ontem, de novo, as ruas de Teerão voltaram a encher-se. Mas, ontem, o que falou mais alto foram as pequenas bandas verdes no punho de seis homens com nome escrito nas costas."
Isto pode ser que esteja relacionado com
coisas sérias,
tudo ao molho e fé em deus
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