sexta-feira, 14 de maio de 2010

escrever sobre o não ter nada para escrever







Hoje dou por mim assim como que invadido por um sentimento que, nublando a faculdade da razão que me permite julgar os meus próprios actos, me compele a vir cá escrever algo quando nada tenho para escrever. Sentimento esse que, acima de o desdenhar, desprezo, na medida em que a minha pessoa sempre defendeu, laudativamente ou nem tanto, a apologia de se estar calado, embora de forma tácita, aquando de estados de espírito que deixam dormente o lugar onde as ideias, em mim, por si mesmas, maioritariamente, se criam. Aceito com naturalidade e neutralidade esta minha inacção da mente. Com o que não convivo, nem me posso permitir a tal, pelo que já escrevi, porque sim e porque pronto, é com este sentimento inexplicável e obscuro que me constrange. Desse modo e como tal, para aqueles que me compreendem e para os outros, que são os que sobram, deixo deste modo escrito aquela coisa nenhuma que tinha para escrever.



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