os campeões são assim

A memória das pessoas é muito curta e os mesmos que o louvaram ontem são os mesmos que hoje louvam Rafael Nadal, um verdadeiro “animal” que tem cilindrado tudo e todos à sua passagem.

Os mesmos que ontem consideravam Federer o melhor tenista de sempre são os mesmos que hoje o olham com um desdém paternalista como quem olha para um idoso saudoso dos seus feitos. Esquecem-se porém que Federer é um campeão. E os campeões são assim. Nunca baixam a cabeça à passagem de ninguém, nunca desistem, acreditam sempre em si mesmos. Ou então vão a Madrid, Espanha, ganhar um Torneio Série Masters 1000 por duplo 6-4, contra Rafael Nadal, em terra batida.

Federer voltou a ganhar um torneio importante, impedindo Nadal de ganhar todos os torneios Master em terra batida na mesma época (depois de Montecarlo, Barcelona e Roma), algo que até á data ninguém conseguiu.

É um facto que tem estado longe das luzes da ribalta mas o que deve estar mesmo a causar urticária a muita gente será o pormenor de ter sido no seu piso menos profícuo, a terra batida, e contra o Deus actual para a maioria (a tal que tem memória curta): Rafael Nadal.

Nadal volta a perder uma partida em terra batida 33 partidas depois e, mais importante ainda, perdeu-a contra o seu único grande rival no torneio que serve de antecâmara a Roland Garros, único torneio do Grand Slam que Federer ainda não ganhou.

Acredito que o mais importante para Federer, e o que mais prazer lhe terá dado, terá mesmo sido saber que o “velho” Federer está de volta.

Ele sempre soube que voltaria. As pessoas é que pensaram que ele já tinha partido. As mesmas que dantes o louvavam, as mesmas que o voltarão a louvar. Mas ele sabe que não precisa delas. Só precisa daquilo que tem dentro de si.


È bom ter-te de volta Campeão.

Hei-de sempre preferir o talento à força…